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Primeiro “Tijolão” Da Motorola Faz 50 Anos E Seu Inventor Critica O Vício Das Pessoas
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No dia 3 de abril de 1973, Martin Cooper fazia a primeira ligação de um telefone móvel
- Por Anderson Santos
- 02/04/2023 19h41 - Atualizado há 1 ano
Nos dias de hoje, viver sem celular parece ser uma tarefa impossível. O dispositivo que foi feito para tornar a comunicação mais fácil e rápida agora se tornou um vício para as pessoas. Isso deixou o 'pai do celular' preocupado.
Martin Cooper, um engenheiro americano apelidado de "pai do telefone celular", disse que o problema com os telefones celulares é que as pessoas olham muito para eles.
Ele acrescentou que fica arrasado ao ver alguém atravessando a rua e ainda olhando para o celular.
"Eles estão loucos, mas depois que algumas pessoas forem atropeladas por carros, elas entenderão", brincou.
No entanto, ele também acrescentou que os telefones celulares continuam a melhorar a vida das pessoas. O inventor disse ainda que, no futuro, o celular seria capaz de revolucionar a educação e a saúde.
Assim como seu relógio monitora sua frequência cardíaca, os telefones um dia serão conectados a uma série de sensores corporais que detectarão doenças antes que elas se desenvolvam, disse ele.
Cooper acredita que os celulares também vão revolucionar a àrea da saúde — Imagem: Reprodução
O Primeiro Celular Pesava Mais De 2 kg
O iPhone de Cooper, que ele disse que gosta de usar principalmente para falar com as pessoas, certamente está muito longe do pesado bloco de fios e circuitos que ele usou para fazer a primeira chamada de celular em 3 de abril de 1973.
Na época, Cooper trabalhava para a Motorola e liderava uma equipe de designers e engenheiros contratados para criar a primeira tecnologia móvel adequada e evitar ser excluído de um mercado promissor.
A empresa investiu milhões de dólares no projeto, na esperança de vencer a Bell System, um gigante que dominou as telecomunicações dos Estados Unidos por mais de um século desde sua criação em 1877.
A evolução dos aparelhos da Motorola — Imagem: Reprodução
Os engenheiros da Bell lançaram a ideia de um sistema de telefonia celular logo após a Segunda Guerra Mundial e, no final da década de 1960, chegaram a colocar telefones nos carros - em parte por causa da enorme bateria de que precisavam. Mas para Cooper, isso não representava mobilidade real.
No final de 1972, ele decidiu que queria um dispositivo que pudesse ser usado em qualquer lugar. Ele acrescentou que na Motorola reuniu especialistas em semicondutores, transistores, filtros e antenas que trabalharam ininterruptamente durante três meses.
"Este telefone pesava cerca de dois quilos e meio - e tinha uma duração de bateria de aproximadamente 25 minutos de conversação", disse ele. "Isso não foi um problema. Este telefone era tão pesado que não dava para segurá-lo por 25 minutos".
Não Era Tão Acessível
Ele acrescentou que os primeiros telefones celulares não eram baratos e custavam cerca de US$ 5.000 ( R$ 25.316,50 na cotação atual) e que está muito longe de onde começou com aquele aparelho ‘monstro’.
"Há mais assinaturas de telefones celulares no mundo hoje do que pessoas. Portanto, parte do nosso sonho se tornou realidade." Falando em desafios, ele acrescentou que as novas tecnologias costumam trazer desafios.
